quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Anvisa debate proibição de medicamentos emagrecedores


Brasília – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) promove nesta quarta-feira audiência pública para discutir a proposta de proibir a venda de inibidores de apetite que contêm sibutramina e dos chamados anorexígenos anfetamínicos, que têm em sua composição as substâncias anfepramona, femproporex e mazindol.

Durante a abertura do evento, o diretor-presidente interino da Anvisa, Dirceu Barbano, justificou a presença de homens da Polícia Federal no local, afirmando que o órgão recebeu ameaças em relação à realização do debate. Todos os convidados tiveram de passar por um detector de metais antes de ter acesso ao auditório onde ocorre a discussão.

A Anvisa defende que os riscos provocados pelos inibidores de apetite superam os benefícios ao pacientes. A medida, entretanto, não foi bem recebida por entidades que representam especialistas em obesidade. Eles alegam que o tratamento será prejudicado caso a proposta vire norma.

Participam da discussão, além da Diretoria Colegiada da Anvisa, representantes de profissionais de saúde e farmacêuticos e do Ministério da Saúde.

As informações são da Agência Brasil

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Rio ainda sem novo mínimo

Piso no estado só deverá ser definido após a decisão sobre o valor do salário nacional
POR AURÉLIO GIMENEZ

Rio - Enquanto o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou ontem o piso salarial mínimo paulista em R$ 600, o piso regional fluminense não tem data para ser divulgado. O secretário de Trabalho e Renda do Estado do Rio, Brizola Neto, defende a tese de que é melhor esperar a decisão sobre o salário mínimo nacional, em discussão em Brasília, para definir o índice aqui no estado. Diante disso, cerca de 1,5 milhão de trabalhadores ficam sem saber quanto e quando vão receber o reajuste, que é retroativo a 1º de janeiro.

Para pressionar o governo, o ex-presidente da Comissão de Trabalho da Assembleia Legislativa (Alerj), deputado Paulo Ramos (PDT), propõe que o governador encaminhe imediatamente a mensagem com o novo índice de reajuste à Alerj, sem que passe pelo Conselho Estadual de Trabalho. No Conselho, governo, trabalhadores e empregadores discutem e indicam um índice de aumento para o piso.

“O fórum adequado para essa discussão é a Alerj, que vai analisar e votar a mensagem do governo. O trabalhador não pode ficar nessa indefinição de valor e prazo, já que o Conselho não se reuniu este ano”, afirma Ramos.

PERDAS DE 4%

Brizola Neto continua a defender um reajuste em torno dos 10,86%, que seria a soma dos 6,86% — proposto pelo governo federal para elevar o mínimo para R$ 545 — mais 4% de recuperação de perdas salariais. Com isso, o salário do empregado doméstico, por exemplo, passaria dos atuais R$ 581,88 para 645,07.

“É mais prudente aguardarmos a definição do mínimo nacional e, assim, ficarmos em consonância com a política federal”, disse o secretário, que alfinetou Alckmin: “Mais que técnica, a proposta do governador de São Paulo é política, tentando pressionar o governo federal a aumentar o mínimo e chegar aos R$ 600, que foi a proposta de campanha do PSDB”.

Proposta de R$ 600, onde manifestações pedem R$ 580

As três faixas salariais anunciadas pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, elevam o piso regional para R$ 600, R$ 610 e R$ 620, em um reajuste de 7,14% para a primeira faixa. Os novos valores terão que passar pela Assembleia Legislativa para entrar em vigor no dia 1º de abril.

Também ontem em São Paulo, metalúrgicos de 19 empresas fizeram um protesto pelo aumento do salário mínimo para R$ 580. O governo federal oferece um mínimo de R$ 545

Zona Oeste terá viadutos novos

Santíssimo, Inhoaíba e Realengo receberão um investimento de R$ 89,7 milhões
POR CHRISTINA NASCIMENTO

Rio - Rota quase imprescindível para quem mora na Zona Oeste e precisa ir para o Centro, Campo Grande deve ter seu tumultuado trânsito desafogado em um ano e três meses. Esse é o prazo em que a Prefeitura do Rio pretende concluir a construção de três viadutos na região — Santíssimo, Inhoaíba e Realengo. As obras começam hoje e estão orçadas em R$ 89,7 milhões.








“O objetivo é criar novos acessos, para que as pessoas não precisem passar necessariamente no Centro de Campo Grande, que tem um fluxo de veículos intenso, para chegar à Avenida Brasil. Temos certeza de que esses três viadutos são a solução para o tráfego intenso na região”, explicou o secretário municipal de Obras, Alexandre Pinto.

Construído na década de 40, o viaduto de Realengo tem sentido único. Suas curvas sinuosas favorecem de o alto índice de acidentes. O novo viaduto, com 253 m, vai ligar a Estrada de Marechal Soares de Andrea até a Marechal Joaquim Inácio, na direção da Av. Brasil. A estrutura virá acompanhada de muretas, iluminação e sinalização vertical e horizontal.

Com 85 metros e quatro faixas nos dois sentidos, o Viaduto de Santíssimo acabará com a travessia de carros sob trilhos de trem. O bairro terá o trecho entre Estrada da Posse e a Av. Santa Cruz, na Estrada do Lameirão, duplicado. Neste ponto, serão construídos mais de 4 mil m² de calçada e 1,5 m de galerias pluviais.

Em Inhoaíba, além do viaduto construído, vias importantes serão reformadas: ruas Guarujá, Adolfo Lemos e Papagaio. Ciclovia de 4.080 mil metros, 12 baias de ônibus, 2,368 metros de galerias pluviais e 9 mil m² de calçadas farão parte do novo visual do bairro.

Motoristas terão redução do tempo de percurso

As alterações previstas com os novos viadutos vão significar para os motoristas economia no tempo de percurso. Levantamento feito pela secretaria municipal de Obras mostra que, atualmente, o trajeto entre o centro de Campo Grande e o de Paciência é de 9 km. Com a construção do viaduto, a distância do percurso vai ser reduzida pelo menos à metade. Um dos motivos de a prefeitura ter escolhido o local para ganhar o investimento tem a ver com o Programa Minha Casa, Minha Vida, que tem empreendimentos na região. Haverá mais moradores na região.

Em Santíssimo, a criação do viaduto, quer será alternativa de ligação entre Campo Grande e a Av. Brasil, vai desafogar o corredor da Estrada do Mendanha. Com a ampliação da Estrado do Engenho, em Bangu, serão instaladas oito baias de ônibus e três pontes, localizadas sobre os rios das Tintas, Viegas e Lúcio.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A oposição na Alerj é cor de rosa choque


Janira Rocha, Lucinha, e Clarissa Garotinho serão as ‘pedras no sapato’ de Cabral


Rio - Estreantes na Assembleia Legislativa (Alerj), três mulheres de diferentes partidos prometem fiscalizar de perto as ações de Sérgio Cabral (PMDB) nos próximos quatro anos. Oposicionistas declaradas, elas garantem que serão verdadeiras ‘pedras no sapato’ do governador. A tendência, porém, é que elas precisem suar bastante a camisa, pois Cabral conta com apoio da ampla maioria dos 70 deputados da Casa.

Lucinha (PSDB), Janira Rocha (PSOL) e Clarissa Garotinho (PR) afirmam que não vão usar os microfones do Plenário Barbosa Lima Sobrinho para fazer discursos elogiosos ao Palácio Guanabara. No caso de Clarissa, a postura não poderia ser diferente.

Filha do ex-governador Anthony Garotinho, desafeto público de Cabral, ela se elegeu vereadora na capital em 2008 e, durante dois anos, fez forte oposição a Eduardo Paes, correligionário de Cabral, na Câmara Municipal do Rio. Na Alerj, jura que não vai perseguir o governador.

“Sou de oposição, mas não de oposição sistemática, que vota contra tudo o que é de autoria do governo”, explica a parlamentar de 28 anos.

Dentro do próprio PR, porém, ela já encontra dificuldades. A legenda, que, teoricamente, seria de oposição, está dividida. Dos seus nove parlamentares na Alerj, apenas Clarissa seguiu a orientação da executiva do partido e votou contra Paulo Melo, um dos homens de confiança do governador, eleito presidente da Casa na quarta-feira, com 66 votos. Pelo visto, oposição a Cabral não é sinônimo de oposição a Melo.

Natural da Zona Oeste, Lucinha, 50, também era oposição na Câmara Municipal, onde, por exemplo, votou contra a aprovação da taxa de luz, defendida por Paes. Agora, promete ter postura semelhante no Palácio Tiradentes. Uma de suas principais bandeiras na Casa será na área do Orçamento. “Vou trabalhar na fiscalização do governo, principalmente no orçamento estadual”, planeja.

Novata no Legislativo, Janira Rocha, 49, tem origem no movimento sindical da Saúde e vai usar o seu mandato para lutar por melhorias nos hospitais públicos. Ela sabe que a oposição na Alerj não é numerosa. “Um grupo pequeno pode fazer grande política. Basta estar alinhado com os interesses da sociedade” , ressalva.

Além de Melo, Cabral contará com outras duas peças fundamentais na Casa. Uma é o líder do governo, André Corrêa, que precisou se licenciar do PPS, de oposição. Rafael Picciani (PM-DB), por sua vez, é filho do ex-presidente da Alerj, Jorge Picciani, e deve presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). “Não sou um homem que vai defender o governo, mas apoiá-lo. Muitos projetos já passaram por melhorias depois de sugestões da oposição”.

Ao ataque

O trio feminino de ‘fiscais’ planeja já iniciar a legislatura dando trabalho ao governador. A tucana Lucinha , por exemplo, tem pronto para apresentar um pedido de abertura de CPI. “Quero investigar os alagamentos nas casas do Conjunto São Fernando, em Santa Cruz, por causa da obra da CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico)”.
Clarissa, que já pediu CPI para investigar contratos do Estado com a Facility, acusada de formação de cartel, priorizará a Educação.“Vou fazer o projeto ‘Blitz nas Escolas’, que vigiará a qualidade das instituições de ensino”.

A deputada do PSOL, que vai fazer fiscalização no Orçamento, afirma: “É preciso combater a corrupção e lutar pela gestão apropriada dos recursos públicos em todo o estado.”
POR JOÃO NOÉ

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

PM apresenta o 'caveirão do ar'

Rio - A mais nova arma da Polícia Militar contra o crime virá pelo ar. Foi apresentado na manhã desta sexta-feira o primeiro helicóptero da corporação a ter a estrutura totalmente blindada e adaptada para atender às necessidades das operações em favelas e outros tipos de ocorrências






Já com a inscrição da PM, novo helicóptero possui pintura especial, que muda de cor conforme o ângulo | Foto: Divulgação

O modelo Huey, da empresa americana Bell, é parecido com o utilizado atualmente pela Polícia Civil, mas sofreu algumas alterações a pedido da PM. O helicóptero - batizado de 'caveirão do ar' - custou R$ 6,9 milhões e foi apresentado no Grupamento Aéreo e Maítimo da PM em Niterói, na Região Metropolitana do Estado.

Com capacidade para 15 pessoas, o 'caveirão do ar' irá apoiar ações com o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e também poderá atuar em resgates, como os que a PM realizou mês passado na Região Serrana. Entre os apetrechos instalados na aeronave estão um guincho e gancho para transporte da tropa e de equipamentos.

Como O DIA antecipou em setembro, o aparelho foi pintado de Natu Green, uma tonalidade esverdeada à primeira vista, mas que se altera dependendo do ângulo. A cor é uma espécie de camuflagem que se adapta ao ambiente e torna difícil a identificação do veículo.

A modificação foi pedida para que a aeronave possa atuar em qualquer tipo de operação, evitando virar alvo de ataques, como o que derrubou o modelo Esquilo da PM, no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, em outubro de 2009.

Outra novidade do helicóptero blindado são equipamentos que permitem operações noturnas. Quatro pilotos do Grupamento Aéreo e Marítimo (GAM) receberam treinamento especial na fábrica do helicóptero, nos Estados Unidos, para comandar a máquina.

Apesar de já estar pronta para uso, inclusive com a inscrição da Polícia Militar pintada na cauda, a aeronave ainda não tem data prevista para a estreia. Para estar habilitada para voos, é necessário fazer a homologação pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Ocupação do Complexo de São Carlos

Também nesta sexta-feira, a Polícia Militar fez os últimos ajustes para a tomada no domingo das favelas do Complexo de São Carlos, na Zona Norte da cidade, onde será instalada a 15ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Estado.

A corporação aguarda com expectativa esta que será a maior operação para implantação de uma UPP já realizada. Pela primeira vez, a ação contará com a ajuda de cerca de 700 homens da Polícia Civil e de militares com blindados da Marinha do Brasil, além de agentes da Polícia Federal.

Nesta manhã, os detalhes finais foram acertados em reunião a portas fechadas da cúpula da Secretaria de Segurança Pública. A ocupação da PM se dará nos morros de São Carlos, da Mineira, do Fallet e Fogueteiro.

O Rio já conta com 14 unidades instaladas no Engenho Novo, Andaraí, Batan, Borel, Chapéu Mangueira/Babilônia, Cidade de Deus, Formiga, Macacos, Pavão-Pavãozinho/Cantagalo, Providência, Salgueiro, Santa Marta, Tabajaras/Cabritos e Turano.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Bom dia ! Leia com atenção a minha postagem a seguir.Um dia vc pode precisar.

A sociedade brasileira deve cultivar o hábito de cobrar dos políticos que estão no poder ações eficientes que tragam melhorias para toda a sociedade.Para os moradores do estado do Rio de janeiro que desejam exercer seus direitos,podem utilizar o site da ALAERJ :http://www.alerj.rj.gov.br/
Se preferir, pode entrar em contato através do telefone : 0800-0220008
De acordo com o seu problema, a ALERJ disponibiliza os seguintes telefones,perceba que que não há um telefone disque saúde:
0800-0220008
DISQUE ALÔ-ALERJ
0800-2825888
DISQUE BARCAS
0800-2823595
DISQUE CONTRIBUINTE
0800-0230007
DISQUE CRIANÇA
0800-2827060
DISQUE DEFESA DO CONSUMIDOR
0800-0255108
DISQUE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS
0800-2820230
DISQUE DENÚNCIA MEIO AMBIENTE
0800-2823596
DISQUE DENÚNCIA TRABALHO
0800-2821559
DISQUE EDUCAÇÃO
0800-2828890
DISQUE FRAUDES TCE
0800-0239191
DISQUE IDOSO
0800-2820802
DISQUE PRECONCEITOS
0800-2826582
DISQUE PIRATARIA
0800-2855005
DISQUE PPD (Pessoa Deficiente)
0800-2828815
DISQUE SANEAMENTO AMBIENTAL
0800-2820376
DISQUE SEGURANÇA ALIMENTAR
0800-2823135
DISQUE SEGURANÇA PUBLICA
0800-2820119
DISQUE SOS MULHER
Telmo Regis

sábado, 29 de janeiro de 2011

Começa o segundo ‘round’ na Assembleia Legislativa do Rio



Paulo Melo deverá ser eleito presidente da Alerj esta semana e mantém a decisão de não ceder o cargo a Domingos Brazão em 2013. O adversário, por sua vez, não desiste


Rio - Começa na quarta-feira um novo round da disputa entre os deputados Paulo Melo e Domingos Brazão, ambos do PMDB, pela presidência da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). No dia seguinte à posse dos deputados para o período 2011-2014, Melo deverá ser eleito para o posto e conta com os votos que terá para se manter no cargo pelos próximos quatro anos. Mas Brazão, embora vá votar em Melo, não abre mão de assumir a presidência daqui a dois anos e confia no acordo feito com o governador Sérgio Cabral (PMDB), de alternância no poder — Brazão substituiria Melo em 2013, e ficaria dois anos no comando da Casa.

Melo não teme que sua decisão de não cumprir o acordo entre Cabral e Brazão divida a Alerj. “A união está costurada. Eu tenho o apoio de 52 dos 70 deputados”, garante. E voltou a avisar, na sexta-feira: “Não tem acordo. Está desfeito”.

No entanto, Brazão não o reconhece como um interlocutor para informar se o acordo de alternância de poder daqui a dois anos está de pé ou não. “O acordo foi feito entre o governador e eu. Só Cabral pode rompê-lo. Melo não tem poder para falar pelo governador. Sua decisão é desautorizada por Cabral”, ressaltou.

Na esperança de assumir a presidência da Alerj daqui a dois anos, Brazão mantém a promessa de apoiar Melo na eleição de quarta-feira. “Vou cumprir a parte que me cabe do acordo”, disse.

Mas, para que seu plano seja bem sucedido, ele terá que convencer os demais deputados a o apoiarem, caso haja uma nova eleição em 2013. Da forma como o regimento da Alerj é hoje, Melo seria automaticamente reeeleito. Para proibir essa reeleição, uma emenda teria que ser aprovada, outra briga que Brazão terá que travar.

Na Alerj, o que se comenta é que essa discussão é interna. “Isso é um problema do PMDB. Não temos nenhum compromisso com isso daqui a dois anos”, diz Comte Bittencourt (PPS), que, como seu partido, vai votar em Melo.

EM BRASÍLIA

Na Câmara dos Deputados em Brasília, há consenso de 21 dos 22 partidos para eleger Marco Maia, do PT. No entanto, lá também a semana foi conturbada, com o deputado Sandro Mabel, do partido aliado PR, lançando-se candidato na eleição de terça-feira.

A decisão de Mabel fez com que sua legenda o ameaçasse de expulsão. A questão estará na pauta da reunião da comissão executiva do PR, amanhã. Mas o deputado não se intimida. “A ameaça só me estimula”, disse.

No Senado, o atual presidente da Casa, José Sarney, aceitou a indicação de seu partido para continuar no posto.
POR SHEILA MACHADO

‘Briga ácida’ por Furnas é lamentável, diz Temer


Vice-presidente critica, em entrevista à TV Estadão, troca de insultos entre políticos, sobretudo do PMDB e PT; para Dilma, denúncias já são apuradas


O vice-presidente da República, Michel Temer, repreendeu ontem "a briga lamentavelmente ácida" entre peemedebistas e petistas pelo comando de Furnas. Em entrevista à TV Estadão, em seu escritório de São Paulo, Temer afirmou que caberá ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), levar à presidente Dilma Rousseff três ou quatro nomes do partido com perfil técnico para que ela faça a escolha do novo presidente da estatal.

"No tocante a Furnas eu devo dizer que é muito inconveniente essa disputa entre membros do PT e do PMDB. É uma briga lamentavelmente ácida. Você pode brigar por espaço, mas de uma forma adequada. Tenho criticado essa disputa", disse.

Responsável por apaziguar os ânimos do PMDB por conta dos cargos de segundo escalão, Temer enfatizou o acerto com Dilma para que o dirigente de Furnas seja técnico. Nomes como os dos senadores Hélio Costa (PMDB-MG) e Osmar Dias (PDT-PR) foram descartados.

"O nome pode ser do PMDB, mas um nome técnico, que tenha condições de gerir a empresa", insistiu. Temer não fez comentários sobre as denúncias de irregularidades na estatal sob ingerência do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), causa da troca de acusações. Carlos Nadalutti, que chegou ao comando da estatal pela indicação de Cunha, perderá o posto.

Ontem, em Porto Alegre, ao ser questionada sobre as denúncias relativas a Furnas, Dilma afirmou que todas as acusações envolvendo entes públicos serão investigadas. "Acredito que (o caso Furnas) já está com os órgãos competentes porque isso não é atual, acho que a Controladoria Geral da União (CGU) já tinha inclusive iniciado levantamento nesse sentido", afirmou.

A troca de insultos motivada pela disputa em Furnas alcançou o Twitter. A origem da briga está nas denúncias de irregularidades. Na semana passada, o secretário de Habitação do Rio, Jorge Bittar (PT), encaminhou ao ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, documento em que funcionários de carreira denunciam o aparelhamento da estatal e desvios administrativos, segundo eles patrocinados por Cunha. O peemedebista reagiu com ataques à "incompetência" dos diretores ligados ao PT.

O dossiê dos trabalhadores fala em sobrepreços e atrasos nas obras das usinas de Simplício e Batalha e aponta suspeitas em operações financeiras da estatal.

Ao longo da semana, a briga se estendeu entre o ex-peemedebista Anthony Garotinho e Cunha. "Nós podemos fazer uma CPI de todo o setor elétrico. Eu garanto que saio ileso, mas não sei se todos saem", ameaçou Cunha. Em nota, o presidente de Furnas diz que as contratações e alterações de contratos são feitas dentro da lei e que a estatal "é permanentemente auditada e fiscalizada". / COLABORARAM ELDER OGLIARI, LUCIANA NUNES LEAL E CHRISTIANE SAMARCONE
Malu Delgado, de O Estado de S. Paulo, e Felipe Machado, da TV Estadão

Executivo mina oposição a Marco Maia e constrange eleitores de Mabel


O peso da mão do governo na definição da próxima Mesa Diretora da Câmara será sentido a partir de segunda-feira. Um dos retratos mais fidedignos da obediência que o novo Congresso ensaia oferecer ao Executivo deve ser o isolamento do atual líder do PR, Sandro Mabel (GO). Único a resistir às ordens palacianas de abortar as candidaturas dos oponentes de Marco Maia (PT-RS) à Presidência da Casa, o parlamentar terá de enfrentar uma guerra interna com seu partido, foi inviabilizado como líder da legenda e agora enfrenta o temor dos colegas de serem listados como apoiadores de uma candidatura alternativa à imposição palaciana.

O isolamento imposto a Mabel começou dentro do seu partido, com as ameaças de que poderia ser expulso por descumprir orientações da direção nacional e insistir em ser candidato. “Não tenho medo de represálias. Outras legendas já me convidaram, caso eu seja mesmo expulso. Insisti porque não estou fazendo nada errado. Quero apenas evitar que a eleição da Mesa Diretora seja um ato simbólico para nomear um candidato escolhido pelo Executivo”, diz o parlamentar.

As dificuldades, no entanto, não devem se limitar ao partido. Deputados que sempre mantiveram conversas frequentes com ele e que eram assíduos em seu gabinete se afastaram nos últimos dias. Temem ser contabilizados como votos dissidentes da candidatura costurada pelo governo em torno do nome de Marco Maia. O Correio conversou com dois desses parlamentares. Ambos admitiram o que chamam de “discreto afastamento” porque não querem correr o risco de aparecer na lista de apoiadores de Mabel. É que desagradar ao governo neste momento seria iniciar a legislatura com dificuldades de trânsito, diálogo e, claro, com distanciamento das indicações para cargos distribuídos nos diferentes órgãos do governo. Um risco que eles preferem não correr.

A cautela que os colegas demonstram durante os contatos que Mabel tem feito em busca de apoio foi sentida pelo deputado. “Eles me ligam, dizem que vão me apoiar, mas frisam que é um apoio escondido, para não sofrer represálias. O importante é que eles saibam que meu nome foi mantido para os que não querem ficar de cócoras. Para os que preferem um Legislativo independente”, frisa.

Influência
Enquanto deputados mais afinados com as propostas de Mabel garantem a ele apoio às escuras, a tropa de choque do governo ataca a candidatura oponente alegando que a real intenção do deputado é tornar-se um nome de visibilidade. Seria uma tentativa de se tornar mais influente e entrar na lista de cotados para grandes cargos no Executivo. Por essa teoria, ao perceber que a estratégia não surtiria efeito, o deputado seguiu em frente com sua campanha e resolveu comprar a briga com o governo e com o partido. Posição diferente da que tiveram Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Nelson Marquezelli (PTB-SP). Ambos ensaiaram o enfrentamento, mas recuaram. “Não era para ser assim. Essa eleição da Mesa tinha de ter uns seis deputados disputando a Presidência. Deveria ser um processo de democracia, um momento de independência do Legislativo”, diz Mabel.
Izabelle Torres

Sem energia, moradores amargam calor e escuro e tem estragos com eletrodomésticos


Rio - Moradores de diversos pontos do Rio precisaram tirar as velas das gavetas ontem. Faltou luz em vários bairros da Zona Norte à Zona Sul, passando pela Zona Oeste, além de Niterói, São Gonçalo e Baixada Fluminense. A maior parte dos bairros foi atingida de madrugada, mas, em alguns lugares, o problema continuou até a tarde. Especialistas alertam que a rede elétrica precisa ser renovada ou, assim como no ano passado, a população fluminense corre o risco de passar o verão no escuro.
De madrugada, a interrupção no fornecimento de energia ocorreu por volta das 0h40 devido a uma falha na subestação da Light em Piedade, deixando sem luz até de manhã os moradores de lá e dos bairros do Méier, Abolição, Engenho Novo e Engenho de Dentro. O problema também foi registrado em Realengo, Centro, Catumbi, Estácio, Catete, Flamengo e Laranjeiras. Na Tijuca, algumas áreas ficaram no escuro até a tarde.

Na Baixada, trechos de ruas em Belford Roxo, São João de Meriti, Mesquita e Nova Iguaçu foram afetados. A Light apura as causas da interrupção. A Ampla explicou que em pontos isolados de São Gonçalo faltou luz na madrugada por causa do contato de um vergalhão com a rede elétrica. Em Niterói, a concessionária ainda apura os motivos de casos pontuais de queda de energia.

Muitos moradores em Piedade foram tentar se refrescar nas calçadas das casas. A garçonete Ludmila Freitas, de 32 anos, moradora da Rua João Pinheiro, aguardava fora de casa a volta da luz para descansar. Ela havia trabalhado até meia-noite e buscava refúgio contra o calor com vizinhos. O filho de 12 anos e o sobrinho de 14 também sofreram.

“Não há condições de ficar dentro de casa. Tá muito calor”, reclamou, informando que precisava dormir, já que retornaria ao bar onde trabalha às 10h.

Para o engenheiro eletricista Luiz Antônio Cosenza, do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio (Crea-RJ), o material usado pela Light e pela Ampla na distribuição de energia não acompanhou o aumento do consumo nos últimos anos: “O problema já existe há tempos e não é resolvido de uma hora para outra. Com certeza há riscos de novos apagões”.

Comissão concluiu que faltou investimento

Apesar dos problemas ocorridos ontem, a Light afirma que está investindo na melhoria da rede. Segundo a empresa, só para manutenção foram destinados R$ 10 milhões em 2010, R$ 6 milhões a mais que no ano anterior. A concessionária ainda diz que investiu R$ 525 milhões só para distribuição.

As constantes faltas de energia causaram transtornos para os cariocas no verão do ano passado. Uma comissão chegou a ser criada na Câmara do Rio para apurar o problema. Os trabalhos, presididos pelo vereador Paulo Messina (PV), concluíram que a gestão anterior da Light deixou de investir.

“Houve negligência nos investimentos e hoje estamos sofrendo os reflexos disso”, afirmou o vereador.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), por sua vez, constatou falta de manutenção na rede subterrânea, que alimenta regiões como Zona Sul e Centro. A empresa ressalta que, para a melhoria dessa rede, “foram destinados R$ 32 milhões em 2010, R$ 20 milhões a mais que o aplicado em 2009”.

Na Tijuca, tarde sem energia elétrica prejudica moradores e comerciantes

No dia mais quente do ano, quando os termômetros chegaram a marcar quase 42 graus, a dificuldade para enfrentar o calor ficou ainda maior com a falta de luz. À tarde, de 12h às 17h, não havia energia em alguns pontos da Tijuca, e moradores tiveram que improvisar para suprir a falta de ar-condicionado e ventiladores. Muitos saíram de suas casas e foram caminhar pelas ruas. Outros resolveram sair do bairro e ir para onde havia energia.

Na Rua Alfredo Pinto, uma senhora de 81 anos, que mora em um edifício, não conseguiu retornar para sua casa, que fica no sétimo andar. “Não consigo subir pelas escadas, vou ter que ficar na portaria até a luz voltar”, lamentou a aposentada Sara Gutwilen.

Comerciantes também sofreram com a falta de energia do bairro. “Em um ano enfrentei vários problemas por falta de luz. Mas com este calor está difícil de trabalhar”, reclama Antônio Alves, dono do estabelecimento.

Recente pesquisa da Fecomércio-RJ apontou que mais da metade dos comerciantes da capital foi afetada pela falta de energia elétrica nos dois últimos meses de 2010. Ainda segundo o levantamento, esses comerciantes amargaram um prejuízo médio de R$ 11,1 mil, cada. No fim de 2009, apagões causaram R$ 1 bilhão em perdas.
Cada dia que passa as empresas de eletrificações que ganhão absurdo com suas taxas não dão a mínima pará a população isso é uma vergonha.