sábado, 29 de janeiro de 2011

Começa o segundo ‘round’ na Assembleia Legislativa do Rio



Paulo Melo deverá ser eleito presidente da Alerj esta semana e mantém a decisão de não ceder o cargo a Domingos Brazão em 2013. O adversário, por sua vez, não desiste


Rio - Começa na quarta-feira um novo round da disputa entre os deputados Paulo Melo e Domingos Brazão, ambos do PMDB, pela presidência da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). No dia seguinte à posse dos deputados para o período 2011-2014, Melo deverá ser eleito para o posto e conta com os votos que terá para se manter no cargo pelos próximos quatro anos. Mas Brazão, embora vá votar em Melo, não abre mão de assumir a presidência daqui a dois anos e confia no acordo feito com o governador Sérgio Cabral (PMDB), de alternância no poder — Brazão substituiria Melo em 2013, e ficaria dois anos no comando da Casa.

Melo não teme que sua decisão de não cumprir o acordo entre Cabral e Brazão divida a Alerj. “A união está costurada. Eu tenho o apoio de 52 dos 70 deputados”, garante. E voltou a avisar, na sexta-feira: “Não tem acordo. Está desfeito”.

No entanto, Brazão não o reconhece como um interlocutor para informar se o acordo de alternância de poder daqui a dois anos está de pé ou não. “O acordo foi feito entre o governador e eu. Só Cabral pode rompê-lo. Melo não tem poder para falar pelo governador. Sua decisão é desautorizada por Cabral”, ressaltou.

Na esperança de assumir a presidência da Alerj daqui a dois anos, Brazão mantém a promessa de apoiar Melo na eleição de quarta-feira. “Vou cumprir a parte que me cabe do acordo”, disse.

Mas, para que seu plano seja bem sucedido, ele terá que convencer os demais deputados a o apoiarem, caso haja uma nova eleição em 2013. Da forma como o regimento da Alerj é hoje, Melo seria automaticamente reeeleito. Para proibir essa reeleição, uma emenda teria que ser aprovada, outra briga que Brazão terá que travar.

Na Alerj, o que se comenta é que essa discussão é interna. “Isso é um problema do PMDB. Não temos nenhum compromisso com isso daqui a dois anos”, diz Comte Bittencourt (PPS), que, como seu partido, vai votar em Melo.

EM BRASÍLIA

Na Câmara dos Deputados em Brasília, há consenso de 21 dos 22 partidos para eleger Marco Maia, do PT. No entanto, lá também a semana foi conturbada, com o deputado Sandro Mabel, do partido aliado PR, lançando-se candidato na eleição de terça-feira.

A decisão de Mabel fez com que sua legenda o ameaçasse de expulsão. A questão estará na pauta da reunião da comissão executiva do PR, amanhã. Mas o deputado não se intimida. “A ameaça só me estimula”, disse.

No Senado, o atual presidente da Casa, José Sarney, aceitou a indicação de seu partido para continuar no posto.
POR SHEILA MACHADO

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