Piso no estado só deverá ser definido após a decisão sobre o valor do salário nacional
POR AURÉLIO GIMENEZ
Rio - Enquanto o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou ontem o piso salarial mínimo paulista em R$ 600, o piso regional fluminense não tem data para ser divulgado. O secretário de Trabalho e Renda do Estado do Rio, Brizola Neto, defende a tese de que é melhor esperar a decisão sobre o salário mínimo nacional, em discussão em Brasília, para definir o índice aqui no estado. Diante disso, cerca de 1,5 milhão de trabalhadores ficam sem saber quanto e quando vão receber o reajuste, que é retroativo a 1º de janeiro.
Para pressionar o governo, o ex-presidente da Comissão de Trabalho da Assembleia Legislativa (Alerj), deputado Paulo Ramos (PDT), propõe que o governador encaminhe imediatamente a mensagem com o novo índice de reajuste à Alerj, sem que passe pelo Conselho Estadual de Trabalho. No Conselho, governo, trabalhadores e empregadores discutem e indicam um índice de aumento para o piso.
“O fórum adequado para essa discussão é a Alerj, que vai analisar e votar a mensagem do governo. O trabalhador não pode ficar nessa indefinição de valor e prazo, já que o Conselho não se reuniu este ano”, afirma Ramos.
PERDAS DE 4%
Brizola Neto continua a defender um reajuste em torno dos 10,86%, que seria a soma dos 6,86% — proposto pelo governo federal para elevar o mínimo para R$ 545 — mais 4% de recuperação de perdas salariais. Com isso, o salário do empregado doméstico, por exemplo, passaria dos atuais R$ 581,88 para 645,07.
“É mais prudente aguardarmos a definição do mínimo nacional e, assim, ficarmos em consonância com a política federal”, disse o secretário, que alfinetou Alckmin: “Mais que técnica, a proposta do governador de São Paulo é política, tentando pressionar o governo federal a aumentar o mínimo e chegar aos R$ 600, que foi a proposta de campanha do PSDB”.
Proposta de R$ 600, onde manifestações pedem R$ 580
As três faixas salariais anunciadas pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, elevam o piso regional para R$ 600, R$ 610 e R$ 620, em um reajuste de 7,14% para a primeira faixa. Os novos valores terão que passar pela Assembleia Legislativa para entrar em vigor no dia 1º de abril.
Também ontem em São Paulo, metalúrgicos de 19 empresas fizeram um protesto pelo aumento do salário mínimo para R$ 580. O governo federal oferece um mínimo de R$ 545
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