No dia em que recebeu equipe do COI, Rio anuncia trajeto de uma das três novas vias expressas do município e programa para capacitar profissionais que receberão turistas
Rio - Ontem, dia em que membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) chegaram para acompanhar a preparação do Rio para os Jogos 2016, a prefeitura finalmente anunciou projetos para a Copa 2014 e a Olimpíada. Com traçado pronto, a via expressa Transolímpica (Barra-Deodoro), porém, ainda não tem definidos locais de estações nem o número de desapropriações. O prefeito Eduardo Paes também lançou curso gratuito para capacitar, até 2014, 20 mil profissionais que atendem turistas.
Foto: Arte O Dia
Das primeiras 4 mil vagas para trabalhadores como taxistas, garçons, recepcionistas, guias e barraqueiros de praia, mil já foram preenchidas — 700 são guardas municipais. As aulas começam já este mês e serão organizadas por empresa vencedora de licitação, a ser anunciada hoje. O projeto ‘Rio Mais Hospitaleiro’ não inclui língua estrangeira, principal demanda dos profissionais.
Objetivo é transformar o ‘jeitinho carioca’ de tratar o visitante em atendimento profissional ao turista. “É muito bonitinho dizer por aí que o carioca é simpático e hospitaleiro, mas a verdade é que essa simpatia sozinha não faz verão”, disse Paes. Entre as disciplinas estão aulas de educação ambiental, noções de turismo, história da cidade, relações interpessoais e ética profissional.
Os primeiros alunos terão 24 horas-aula teóricas e quatro práticas de maio a outubro. O investimento de R$ 1,5 milhão é do Ministério do Turismo. A prefeitura alega que não haverá aulas de idiomas, pois outro projeto do ministério, o ‘Olá, Turista’, oferece desde o ano passado Inglês e Espanhol gratuitos a 80 mil profissionais do setor no Rio e em outras cinco cidades-sede da Copa.
No lançamento do traçado da Transolímpica, a prefeitura prometeu ligar a Barra da Tijuca a Deodoro em 30 minutos. Hoje, o trajeto de ônibus é feito em 1 hora e 50 minutos e, de carro, em 55 minutos. O edital será lançado em setembro, para que as obras comecem em setembro do ano que vem e estejam prontas em 2015.
Ainda não foi definido o valor do pedágio, em Magalhães Bastos, que será cobrado pela empresa vencedora da concessão, com 35 anos para explorar a via.
Também não está definido o número de imóveis que serão desapropriados para a Transolímpica, que passará por seis bairros e, ao longo de seus 26 km, terá 18 estações e integração entre seus ônibus com os das outras futuras vias expressas (Transcarioca, ligando Barra a Penha, e Transoeste, Barra a Santa Cruz) e a estação da SuperVia de Deodoro. O preço da passagem será o mesmo do bilhete único: R$ 2,40.
Túneis para evitar mais desapropriações de imóveis
De acordo com Paes, a construção de 4 km de túneis na Transolímpica em Jacarepaguá reduzirá o número de desapropriações, mas não impedirá demolição de centenas de imóveis entre as estradas do Rio Grande e da Boiuna, além do Morro da Asa Branca. As outras demolições seriam na Rua Salustiano Silva, em Magalhães Bastos. A via expressa passará por instalações da PM, em Sulacap, e da Vila Militar, em Deodoro.
Ontem, o prefeito voltou a falar sobre a Transcarioca, cujas obras deveriam ter começado em março. Semana passada, ele admitiu responsabilidade pelo atraso. Agora, informou que o Tribunal de Contas do Município barrou a publicação do edital e que só aguarda aprovação do TCM para iniciar as obras. O edital para a Transoeste será lançado dia 28.
Hoje, Paes apresenta ao COI proposta de transferir do Riocentro para o Porto competições de boxe, tênis de mesa, levantamento de peso e badminton. Até sábado, 18 membros do comitê se reúnem com representantes dos governos municipal, estadual e federal e visitam obras de instalações esportivas.
Turista reclama da prática carioca de ‘taxa para gringo’
O turista alemão Mathias Drawe, 47 anos, gosta tanto do Rio que até comprou um imóvel na cidade, mas se ressente da forma como é tratado por aqui: “Todo turista sabe que por aqui é praticada a ‘gringo tax’ (taxa para gringo). Eles acham que nós somos todos milionários e cobram mais caro. As pessoas são muito simpáticas e bem-humoradas, mas a qualidade do serviço não é boa e quase ninguém fala inglês”, critica o alemão.
O vendedor Júlio César de Oliveira, 36 anos, que atende dezenas de turistas todos os dias na Praia de Copacabana, admite não ter o preparo ideal para lidar com estrangeiros e pretende se inscrever no ‘Rio Mais Hospitaleiro’. “A gente aprende a lidar com os gringos na prática, mas com certeza não é o ideal. O curso vai ser bom para mostrar onde estamos errando e acertando”, avalia.
Interessados devem procurar associações de suas categorias ou a Riotur, na Praça Pio X 119, 10º andar, Candelária. Mais informações em www.riomaishospitaleiro.com.br ou 2588-9018.
Reportagem de Amanda Pinheiro e Natália Von Korsch
Fonte: O Dia
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